Redefinindo as relações comerciais: quebrando o gelo na pandemia
Parece muito estranho quando olhamos para trás. Vivemos uma pandemia que praticamente congelou nossas vidas por cerca de um mês e mudou nossos hábitos e rotinas por quase dois anos. Porém, a nossa capacidade de vencer circunstâncias adversas como espécie só é comparável a nossa capacidade de esquecer o que aconteceu. Nesse caso, a superação e o esquecimento são, com certeza, vasos comunicantes.
Eu vou me colocar agora como se estivesse no final de fevereiro de 2020. Acabo de assumir uma nova função na área de Detection da Quercus Technologies após a saída de um antigo colega. Há algum tempo tenho ouvido falar que o coronavírus está causando estragos na Ásia, mas isso parece muito distante. Embora, como todos nós sabemos, em um mundo globalizado, nada está longe.
Estou fazendo a minha última viagem antes do "apagão". Um voo normal, várias reuniões presenciais, uma sessão de treinamento e até um jantar. Sem máscaras, sem outras precauções. O de sempre. E então chega o dia 12 de março de 2020, uma quinta-feira, um dia em que sei que na manhã seguinte não já poderei sair de casa. Ao menos pelos próximos 15 dias.
Nós, que trabalhamos na área de vendas, em um setor de tecnologia, há muito tempo usamos chamadas de vídeo e o teletrabalho, mas isso sempre foi uma opção, não uma necessidade. Estes recursos reduzem a possibilidade de criar uma atmosfera de confiança com os clientes, uma vez que o relacionamento é mais frio e a comunicação fica limitada pela linguagem falada. Então, o que antes era um simples complemento se tornou a única opção possível por um longo tempo.
As primeiras medidas, a partir de 12 de março, são ligações e emails para relatar a situação. Como todos nós sabemos, os países adotaram medidas semelhantes, portanto, a situação era a mesma para todos. A partir de então, diante, primeiro, da impossibilidade e, depois, da dificuldade de viajar e se encontrar, a videoconferência se tornou o principal substituto.
O que encontramos depois disso é uma infinidade de situações. A primeira é a adaptação ao ambiente tecnológico. Cada um em seu próprio nível, mas é preciso escolher um aplicativo (Zoom, Meet, Teams, WhatsApp, Skype e uma longa lista de opções das quais nem me lembro mais). Cada cliente utiliza um e as configurações nem sempre permitem a compatibilidade com novos dispositivos (câmera, fones de ouvido, microfones). Assim sendo, é quase certo que as novas reuniões acabem começando com algum atraso. "Você pode me ouvir?", "Você pode me ver?" são as primeiras perguntas em vez de "Como você está?", "Como vai você? Depois, um longo tempo conversando sobre o impacto da pandemia em cada país, o número de infecções e os casos que estamos tendo perto de nossas casas. O que geralmente costuma ser uma barreira para iniciar uma reunião com alguém que você não conhece, o "quebra-gelo", de repente desaparece e você se pega conversando sobre assuntos muito pessoais com qualquer pessoa.
Depois, as interrupções, algumas tecnológicas, outras de crianças, parentes ou animais de estimação, aumentam ainda mais a sensação de proximidade com a pessoa com quem estamos falando. Em geral, durante esse período, o número de reuniões aumentou embora mas elas fossem mais breves, uma vez que os projetos tinham ficado congelados e a atividade diminuído e, portanto, existiam menos problemas a serem abordados. O que havia mesmo era uma necessidade de compartilhar experiências, estar em contato e se preparar juntos para o que pudesse acontecer, sempre com a esperança de voltar às rotinas anteriores mais cedo ou mais tarde. Tão longe e tão perto ao mesmo tempo.
Agora volto à realidade, em maio de 2023. Fico lembrando como, pouco a pouco e depois de alguns passos para frente e outros para trás, fomos voltando à normalidade. Olhando para trás, lembro-me dessa sensação de proximidade com uma certa melancolia. Hoje, mais uma vez mergulhados em viagens e reuniões presenciais, totalmente adaptados ao uso de chamadas de vídeo, a pandemia passou a ser um parêntese distante em nossas vidas, algumas delas mais marcadas do que outras. A sensação de proximidade já não é mais tão grande, e a conversa e a cumplicidade voltaram a ser o que eram antes. Não apenas vencemos uma pandemia, mas quase não nos lembramos mais dela.
NOTÍCIAS QUE PODEM LHE INTERESSAR ...
Entre em contato conosco
Se você está procurando respostas, quer obter mais informações, deseja resolver um problema ou simplesmente quer comentar sobre nosso trabalho, entre em contato conosco.
Ficamos felizes em poder ajudá-lo!